quinta-feira, 25 de junho de 2009

Erasmo de Rotterdam- fichamento

Elogio da Loucura.

O Elogio da loucura se torna notório como Erasmo de Rotterdam, oriundo da cidade de Rotterdam, é uma obra célebre. Nela ele desaprova a disseminação das vazias disputas acadêmicas, para enaltecer a temática tão falada no livro que é A "loucura" mais elevada, de quem concorda com a mensagem cristã, na genuína simplicidade, do anúncio contido nos textos evangélicos e paulinos.
Humanista holandês, Erasmo ingressou na Ordem dos cônegos regulares de Santo Agostinho e tornou-se padre em 1492. Posteriormente viveu na Itália França, Alemanha Inglaterra, e Suíça.
Erasmo de Roterdan veio a falecer no ano de 1536. O livro Elogio da Loucura foi escrito em 1509, mas não é considerada uma obra prima do autor, mesmo com o grande sucesso que teve na época que foi escrito e que o guardou para a posteridade.
Na realidade, o livro consiste numa importante crítica satírica à sua época, e através desta obra percebemos os fundamentos Humanistas de Erasmo.
De uma forma geral, a obra consiste num elogio que a Loucura, interlocutora do livro, faz dela mesma: sendo a responsável pela alegria dos homens e dos deuses, ela acha que deve ser elogiada e como os homens, ingratos que são, não o fazem, faz isso por e para si própria. . A primeira coisa que a Loucura deixa clara é que ela não adota disfarces nem máscaras: fala diretamente tudo o que lhe vem à cabeça, o que nos possibilita concluir que tudo o que ela for falar no decorrer de seu discurso é verdade, já que não tem papas na língua. Diferentemente das outras Entidades, a verdade é praticamente intrínseca da sua natureza – enquanto as demais preferem medir em boas palavras tudo o que pensam. . Logo em seguida, a Loucura fala da sua origem mitológica, que conseqüentemente remete à Antigüidade Clássica. Ela nasceu nas Ilhas Afortunadas, um lugar que não conhece o trabalho, a velhice e a dor, elementos que aparecem como negativos para a Loucura. Ao narrar que foi amamentada pela Embriaguez e Ignorância, podemos perceber claramente o caráter irônico e ao mesmo tempo crítico de Erasmo: a Loucura entidade que só fala a verdade, foi sustentada quando pequena pela Embriaguez e pela Ignorância, entidades tidas como coisas negativas na época em que o autor vive mais que ao mesmo tempo legitimam a Loucura como portadora da verdade. .
Uma das coisas que a Loucura deixa claro o não uso de disfarce nem mascaras: fala francamente, com sinceridade, tudo o que lhe vem à mente, o que nos possibilita entender que tudo o que ela for falar na decorrência de seu discurso é verdade, já que não tem papas na língua.
Desigualmente das outras Entidades, a verdade é praticamente inseparável da sua natureza – enquanto as demais preferem medir em boas palavras tudo o que pensam.
Na seqüência, nossa interlocutora assegura que tudo o que é bom na vida do homem depende propriamente dela. Para dar prova disso, utiliza-se dos mais variados exemplos: o primeiro é o casamento, instituição fundamental do cristianismo ao ser o responsável pela estabilidade do homem e pela sua procriação, segundo a palavra de Deus. No entanto, a Loucura afirma que apenas por meio dos trabalhos prestados pela sua ajudante, a Irreflexão, é que o casamento ocorre, já que nenhuma pessoa seria capaz de se casar por livre e espontânea vontade: quem abriria mão de desfrutar os muitos prazeres da vida para se amarrar para sempre a uma só pessoa em sã consciência? Somente a Loucura possibilita que o homem se amarre a uma mulher e que através dela se estabilize. .O segundo exemplo está na relação que a Loucura estabelece entre a infância e a velhice. Em ambas reina nossa interlocutora, pois apenas um louco consegue vencer o envelhecimento gradual. Um homem que entra na velhice e continua sábio provavelmente se enforcará na primeira árvore que vir, tamanho é o fardo que a velhice carrega. Ao mesmo tempo, a infância é regada pela loucura, pois é nesse momento da vida que falamos e agimos sem pensar, despreocupados com as conseqüências de nossos atos e justamente por dessa total falta de sabedoria é que somos tão felizes e verdadeiros.
Dessa forma, a Loucura aparece como o oposto da sabedoria em todos os sentidos. Segundo Sófocles, "Quanto menor a sabedoria, maior a felicidade." Não adianta ser um homem conhecedor do céu e da terra, já que isso não lhe traz a felicidade. Quem pensa hesita e tem medo conseqüentemente não faz o que deve ser feito; a loucura extingue esses dois obstáculos da pessoa sábia e faz com que ela ouse e aja. É a loucura quem impulsiona a vida, fazendo com que ela valha ser vivida da melhor forma possível. . Assim, nota-se que é a Loucura que traz o homem ao seu "estado natural", em detrimento das ciências que afastam o homem do que é intrínseco da sua existência. Quanto mais próximo da Natureza, mais próximo da felicidade. Aqui a crítica humanística de Erasmo fica completamente clara: a natureza, que é pura, aparece em detrimento das ciências, que é artificial. Podemos afirmar também que essa Natureza pode ser do plano divino, e que a ciência, ao tentar desmistificar as finalidade de Deus, esteja se dirigindo contra a essência humana. Daí viver na Loucura seria a forma de ser feliz neste mundo.
O autor explica essa idéia mostrando que as pessoas têm realidades diferentes e que conseguem viver felizes independentemente de qualquer realidade.
Para melhor ilustrar sua justificativa, Erasmo se remete ao Mito , à alegoria da Caverna, de Platão, que consiste numa metáfora que o pensador faz do papel do filósofo na humanidade: guiar os homens para o mundo das idéias, o mundo ideal. No entanto, a Loucura inverte o sentido do Mito, mostrando que independentemente de haver um mundo melhor, cada homem pode ser feliz dentro da sua realidade, mesmo essa não sendo a verdadeira. Aqui, Erasmo questiona o papel do filósofo enquanto guia da sabedoria, detentor de todo o saber, e chega a afirmar através da Loucura que os filósofos "não sabem de nada e pretendem tudo conhecer, desconhecem, a si mesmos...". .
Do mesmo modo o possível controle que o ser humano pode exercer sobre a Natureza é considerado quase uma blasfêmia para a Loucura, pois o homem que julga saber mais sobre a Natureza é porque se desconhece, e inclusive desconhece a sua condição humana submetida às leis naturais.
Na mesma linda uma crítica parecida será tecida pela Loucura aos teólogos, que segundo suas próprias palavras "são a erva infecta, se acham superiores aos demais, soberbos e irritáveis, se acham iluminados".
Neste caso a crítica aos teólogos aparece de forma clara e evidente. Para o autor, mais interessante do que se preocupar em compreender os desígnios de Deus, eles se apegam às sutilezas, tornando a religião tão complexa que seria necessário que os Apóstolos recebessem outro Espírito Santo para tratar desses assuntos.
E a Loucura vai adiante. É ela que dá alegria aos que já beiram as sombras, pois a loucura faz parte da natureza humana. São os loucos que alegram os reis, ao contrário do sábio que trovejam verdades duras aos seus ouvidos. Em outras palavras, a Moria acha que quanto mais se é louco, mais se é feliz.
A Loucura, muda o tom e desta vez fala das mais diversas loucuras dos “piedosos” que misturam fé com crendice e atribuem super poderes mágicos a diversos objetos. Isso é que é loucura. Um outro atributo à Moria é que ela distribui insdistintamente seus favores aos homens. E que de forma alguma ela sente inveja dos outros deuses por causa dos seus templos e ritos, pois onde há o homem, aí existem seus fiéis.
Dando continuidade não podemos esquecer dos Retóricos com sua arte de gracejar.
A prória loucura enumera algumas insanidades populares, entre elas estão os Gramáticos, que se orgulham de seus saberes.
Os Jurisconsultores pensam que o que mais dá trabalho é meritório. Já os Dialéticos e Sofistas, então, são mais barulhentos do que o sino de uma catedral. E os Escritores que aspiram a forma imortal com seus escritos. Há, ainda, aqueles que sabem nada e que tudo pretendem e acreditam saber. Estes são os Filósofos e tambem os Teólogos, considerado por Erasmo os “dententores do saber maior” .Estes, a Loucura faz uma singela, mas profunda crítica. Mostrando que os Teólogos devem ser os representantes e pastores em nome de Deus e não o próprio Deus.
Destaque que os Monges e Religiosos sao de longe as piores personagens, os mais falsos e escrupulosos demostrando ser o que realmente não são, opus eja uma erronea iamgem.
Os Reis e os Príncipes são favorecidos pela fortuna, são rodeados por todas as seduções e que ao menor deslize tornam-se opróbrio para a populacao. Já os Reis podem dar a salvação ou a própria sentença de morte. Além disso, os Príncipes têm como dignos rivais os papas, os Cardeais e os Bispos. O primeiro deve ter uma vida sem defeitos. O segundo, uma vida mais simples e devota como os primeiros Apóstolos. Os últimos deveriam dedicar-se mais com o rebanho do que com o que há de comer ou beber.
No final a Loucura demonstra a mais feia podridão que existe na má conduta dos sacerdotes que se preoucupam mais com a arrecadacao do que qualquer outra coisa. .
Por Fim afirma que o doutores teologias naum fazem outra coisa que não seja dificultar o que esta fácil.
Estes afirmam que sem os teólogos e seus ensinamentos a igreja não suportaria ao séculos. A loucura afirma, então, que a Igreja é muito mais que um bando de teólogos e seus insanos ensinamentos.
Ao final a “dona” Loucura vai criticar os religiosos e afirma serão, juntos com os monges, socorridos por ela própria: caso contrário, não mais existiriam.
“A crítica da Loucura aparece contra a forma como ela, a Igreja age. Os bispos nada fazem além de comer bem, e deixam o Rebanho aos cuidados do próprio Deus; os Cardeais se consideram sucessores dos Apóstolos e os Papas esquecem a sua função e seu significado, se tornando o maior inimigo da Igreja ao envolver Cristo nas leis do comércio”.
O ponto central desta rica obra detém numa critica indicada á Igreja e ao clero.




Compreensão de leitura.
A obra, embora seja por muitos, interpretada como uma sátira, ou seja, com um sentido cômico, ela nos mostra fortemente a critica de um cidadão medieval, que ousou desafiar as instituições da época.
Erasmo, como cito no resumo acima, não se conforma com a situação com que as classes dominantes manipulam o poder e utiliza deste rico subsidio, que é loucura.
Através dela ele debocha, critica, aponta erros e exageros, a todos que se evidenciavam naquela época, mas é a instituição Igreja com seu clero formado por padres, bispos, cardeais e papa, que merece a principal e mais aguda critica.
O texto cabe perfeitamente para nossos dias se empregarmos aquelas criticas do passado á muitas autoridades do nosso Legislativo, Executivo e Judiciário, não isentando também parte do clero (aqui considero clero pastores, bispos e padres das mais diversas nomenclaturas do comercio religioso). Todos estes que infelizmente assombra nossa sociedade e “dificultam o que não tem dificuldade”, complica o que é simples, e burocratiza, por diversos meios, a vida da humanidade.