quinta-feira, 25 de junho de 2009

Erasmo de Rotterdam- fichamento

Elogio da Loucura.

O Elogio da loucura se torna notório como Erasmo de Rotterdam, oriundo da cidade de Rotterdam, é uma obra célebre. Nela ele desaprova a disseminação das vazias disputas acadêmicas, para enaltecer a temática tão falada no livro que é A "loucura" mais elevada, de quem concorda com a mensagem cristã, na genuína simplicidade, do anúncio contido nos textos evangélicos e paulinos.
Humanista holandês, Erasmo ingressou na Ordem dos cônegos regulares de Santo Agostinho e tornou-se padre em 1492. Posteriormente viveu na Itália França, Alemanha Inglaterra, e Suíça.
Erasmo de Roterdan veio a falecer no ano de 1536. O livro Elogio da Loucura foi escrito em 1509, mas não é considerada uma obra prima do autor, mesmo com o grande sucesso que teve na época que foi escrito e que o guardou para a posteridade.
Na realidade, o livro consiste numa importante crítica satírica à sua época, e através desta obra percebemos os fundamentos Humanistas de Erasmo.
De uma forma geral, a obra consiste num elogio que a Loucura, interlocutora do livro, faz dela mesma: sendo a responsável pela alegria dos homens e dos deuses, ela acha que deve ser elogiada e como os homens, ingratos que são, não o fazem, faz isso por e para si própria. . A primeira coisa que a Loucura deixa clara é que ela não adota disfarces nem máscaras: fala diretamente tudo o que lhe vem à cabeça, o que nos possibilita concluir que tudo o que ela for falar no decorrer de seu discurso é verdade, já que não tem papas na língua. Diferentemente das outras Entidades, a verdade é praticamente intrínseca da sua natureza – enquanto as demais preferem medir em boas palavras tudo o que pensam. . Logo em seguida, a Loucura fala da sua origem mitológica, que conseqüentemente remete à Antigüidade Clássica. Ela nasceu nas Ilhas Afortunadas, um lugar que não conhece o trabalho, a velhice e a dor, elementos que aparecem como negativos para a Loucura. Ao narrar que foi amamentada pela Embriaguez e Ignorância, podemos perceber claramente o caráter irônico e ao mesmo tempo crítico de Erasmo: a Loucura entidade que só fala a verdade, foi sustentada quando pequena pela Embriaguez e pela Ignorância, entidades tidas como coisas negativas na época em que o autor vive mais que ao mesmo tempo legitimam a Loucura como portadora da verdade. .
Uma das coisas que a Loucura deixa claro o não uso de disfarce nem mascaras: fala francamente, com sinceridade, tudo o que lhe vem à mente, o que nos possibilita entender que tudo o que ela for falar na decorrência de seu discurso é verdade, já que não tem papas na língua.
Desigualmente das outras Entidades, a verdade é praticamente inseparável da sua natureza – enquanto as demais preferem medir em boas palavras tudo o que pensam.
Na seqüência, nossa interlocutora assegura que tudo o que é bom na vida do homem depende propriamente dela. Para dar prova disso, utiliza-se dos mais variados exemplos: o primeiro é o casamento, instituição fundamental do cristianismo ao ser o responsável pela estabilidade do homem e pela sua procriação, segundo a palavra de Deus. No entanto, a Loucura afirma que apenas por meio dos trabalhos prestados pela sua ajudante, a Irreflexão, é que o casamento ocorre, já que nenhuma pessoa seria capaz de se casar por livre e espontânea vontade: quem abriria mão de desfrutar os muitos prazeres da vida para se amarrar para sempre a uma só pessoa em sã consciência? Somente a Loucura possibilita que o homem se amarre a uma mulher e que através dela se estabilize. .O segundo exemplo está na relação que a Loucura estabelece entre a infância e a velhice. Em ambas reina nossa interlocutora, pois apenas um louco consegue vencer o envelhecimento gradual. Um homem que entra na velhice e continua sábio provavelmente se enforcará na primeira árvore que vir, tamanho é o fardo que a velhice carrega. Ao mesmo tempo, a infância é regada pela loucura, pois é nesse momento da vida que falamos e agimos sem pensar, despreocupados com as conseqüências de nossos atos e justamente por dessa total falta de sabedoria é que somos tão felizes e verdadeiros.
Dessa forma, a Loucura aparece como o oposto da sabedoria em todos os sentidos. Segundo Sófocles, "Quanto menor a sabedoria, maior a felicidade." Não adianta ser um homem conhecedor do céu e da terra, já que isso não lhe traz a felicidade. Quem pensa hesita e tem medo conseqüentemente não faz o que deve ser feito; a loucura extingue esses dois obstáculos da pessoa sábia e faz com que ela ouse e aja. É a loucura quem impulsiona a vida, fazendo com que ela valha ser vivida da melhor forma possível. . Assim, nota-se que é a Loucura que traz o homem ao seu "estado natural", em detrimento das ciências que afastam o homem do que é intrínseco da sua existência. Quanto mais próximo da Natureza, mais próximo da felicidade. Aqui a crítica humanística de Erasmo fica completamente clara: a natureza, que é pura, aparece em detrimento das ciências, que é artificial. Podemos afirmar também que essa Natureza pode ser do plano divino, e que a ciência, ao tentar desmistificar as finalidade de Deus, esteja se dirigindo contra a essência humana. Daí viver na Loucura seria a forma de ser feliz neste mundo.
O autor explica essa idéia mostrando que as pessoas têm realidades diferentes e que conseguem viver felizes independentemente de qualquer realidade.
Para melhor ilustrar sua justificativa, Erasmo se remete ao Mito , à alegoria da Caverna, de Platão, que consiste numa metáfora que o pensador faz do papel do filósofo na humanidade: guiar os homens para o mundo das idéias, o mundo ideal. No entanto, a Loucura inverte o sentido do Mito, mostrando que independentemente de haver um mundo melhor, cada homem pode ser feliz dentro da sua realidade, mesmo essa não sendo a verdadeira. Aqui, Erasmo questiona o papel do filósofo enquanto guia da sabedoria, detentor de todo o saber, e chega a afirmar através da Loucura que os filósofos "não sabem de nada e pretendem tudo conhecer, desconhecem, a si mesmos...". .
Do mesmo modo o possível controle que o ser humano pode exercer sobre a Natureza é considerado quase uma blasfêmia para a Loucura, pois o homem que julga saber mais sobre a Natureza é porque se desconhece, e inclusive desconhece a sua condição humana submetida às leis naturais.
Na mesma linda uma crítica parecida será tecida pela Loucura aos teólogos, que segundo suas próprias palavras "são a erva infecta, se acham superiores aos demais, soberbos e irritáveis, se acham iluminados".
Neste caso a crítica aos teólogos aparece de forma clara e evidente. Para o autor, mais interessante do que se preocupar em compreender os desígnios de Deus, eles se apegam às sutilezas, tornando a religião tão complexa que seria necessário que os Apóstolos recebessem outro Espírito Santo para tratar desses assuntos.
E a Loucura vai adiante. É ela que dá alegria aos que já beiram as sombras, pois a loucura faz parte da natureza humana. São os loucos que alegram os reis, ao contrário do sábio que trovejam verdades duras aos seus ouvidos. Em outras palavras, a Moria acha que quanto mais se é louco, mais se é feliz.
A Loucura, muda o tom e desta vez fala das mais diversas loucuras dos “piedosos” que misturam fé com crendice e atribuem super poderes mágicos a diversos objetos. Isso é que é loucura. Um outro atributo à Moria é que ela distribui insdistintamente seus favores aos homens. E que de forma alguma ela sente inveja dos outros deuses por causa dos seus templos e ritos, pois onde há o homem, aí existem seus fiéis.
Dando continuidade não podemos esquecer dos Retóricos com sua arte de gracejar.
A prória loucura enumera algumas insanidades populares, entre elas estão os Gramáticos, que se orgulham de seus saberes.
Os Jurisconsultores pensam que o que mais dá trabalho é meritório. Já os Dialéticos e Sofistas, então, são mais barulhentos do que o sino de uma catedral. E os Escritores que aspiram a forma imortal com seus escritos. Há, ainda, aqueles que sabem nada e que tudo pretendem e acreditam saber. Estes são os Filósofos e tambem os Teólogos, considerado por Erasmo os “dententores do saber maior” .Estes, a Loucura faz uma singela, mas profunda crítica. Mostrando que os Teólogos devem ser os representantes e pastores em nome de Deus e não o próprio Deus.
Destaque que os Monges e Religiosos sao de longe as piores personagens, os mais falsos e escrupulosos demostrando ser o que realmente não são, opus eja uma erronea iamgem.
Os Reis e os Príncipes são favorecidos pela fortuna, são rodeados por todas as seduções e que ao menor deslize tornam-se opróbrio para a populacao. Já os Reis podem dar a salvação ou a própria sentença de morte. Além disso, os Príncipes têm como dignos rivais os papas, os Cardeais e os Bispos. O primeiro deve ter uma vida sem defeitos. O segundo, uma vida mais simples e devota como os primeiros Apóstolos. Os últimos deveriam dedicar-se mais com o rebanho do que com o que há de comer ou beber.
No final a Loucura demonstra a mais feia podridão que existe na má conduta dos sacerdotes que se preoucupam mais com a arrecadacao do que qualquer outra coisa. .
Por Fim afirma que o doutores teologias naum fazem outra coisa que não seja dificultar o que esta fácil.
Estes afirmam que sem os teólogos e seus ensinamentos a igreja não suportaria ao séculos. A loucura afirma, então, que a Igreja é muito mais que um bando de teólogos e seus insanos ensinamentos.
Ao final a “dona” Loucura vai criticar os religiosos e afirma serão, juntos com os monges, socorridos por ela própria: caso contrário, não mais existiriam.
“A crítica da Loucura aparece contra a forma como ela, a Igreja age. Os bispos nada fazem além de comer bem, e deixam o Rebanho aos cuidados do próprio Deus; os Cardeais se consideram sucessores dos Apóstolos e os Papas esquecem a sua função e seu significado, se tornando o maior inimigo da Igreja ao envolver Cristo nas leis do comércio”.
O ponto central desta rica obra detém numa critica indicada á Igreja e ao clero.




Compreensão de leitura.
A obra, embora seja por muitos, interpretada como uma sátira, ou seja, com um sentido cômico, ela nos mostra fortemente a critica de um cidadão medieval, que ousou desafiar as instituições da época.
Erasmo, como cito no resumo acima, não se conforma com a situação com que as classes dominantes manipulam o poder e utiliza deste rico subsidio, que é loucura.
Através dela ele debocha, critica, aponta erros e exageros, a todos que se evidenciavam naquela época, mas é a instituição Igreja com seu clero formado por padres, bispos, cardeais e papa, que merece a principal e mais aguda critica.
O texto cabe perfeitamente para nossos dias se empregarmos aquelas criticas do passado á muitas autoridades do nosso Legislativo, Executivo e Judiciário, não isentando também parte do clero (aqui considero clero pastores, bispos e padres das mais diversas nomenclaturas do comercio religioso). Todos estes que infelizmente assombra nossa sociedade e “dificultam o que não tem dificuldade”, complica o que é simples, e burocratiza, por diversos meios, a vida da humanidade.

A Educação no Brasil

Após conhecer os programas e legislações a que nosso trabalho se ateve através de pesquisa teórica e em campo, sinto-me na condição destacar pontos positivos e negativos.
A presente apreciação, apenas tem a intenção de apresentar, as potencialidades e impotencialidades dos programas, focando em exemplos que colaboram e atrapalham a promoção da igualdade social.
Entendendo que, historicamente, a educação formal ganhou corpo, após a revolução industrial, a fim de atender a demanda de mães que se inseriram no mercado de trabalho, vamos mostrar trajetória da pré-educação no Brasil que teve como primeiro foco um atendimento assistencial.
Já na Década de 30 o estado assume a responsabilidade de arrumar parceiros para promover a proteção da crianças, cria-se desordenadamente creches, pré escolas e jardins de infância com o foco voltado não só na educação mas nos males que afetavam as crianças. A princípio as instituições não colaboram diretamente com o real problema.
Em1940 surge um órgão para organizar os serviços prestados ás crianças. Em 50 o foco era a vacinação e combate a desnutrição infantil.
Somente em 1970, uma lei faz referencia à educação infantil nas instituições pré escolares.Os módulos subseqüentes à pré escola que são por todos conhecidos, também sofreu varias mudanças nas suas estruturas até chegar no modelo atual.
Devemos, pois, observar, nesta variação ao longo dos anos, as oscilações e os resultados obtidos com as diversas metodologias aplicadas.
Quanto aos diversos programas devemos considerar os esforços do Governo, no desejo de oferecer às classes sociais menos favorecidas, uma condição de maior competitividade.
O PROUNI é exemplo disso. Desde 2004 tem oferecido bolsas em academias à pessoa de baixa renda. Ao longo dos anos este programa realizou o sonho de milhares de brasileiros que não teriam condições de cursar uma pasta acadêmica.
O FIES, também merece destaque positivo, pois possibilita aos candidatos que não conseguirem bolsas pelo Prouni, financiar total ou parcial as despesas com a formação acadêmica. Destacamos negativamente, a burocracia, muitas vezes desanimadora, que se faz realidade em muitas agencias da Caixa Econômica Federal, órgão competente por promover o FIES.Quanto ao FNDE, na ativa desde 2007, que substituiu o Fendef, pelo Fundeb que na sua essência, tem um objetivo ousado e estimulador, pois prevê investimentos em escala gradual, ou seja, com aumento significativo até atingir seu máximo no ano de 2010.
Vale uma crítica, embasada nas experiências de corrupção política do país. O medo que se tem é que mesmo com este programa, este fundo, o recurso seja objeto de curruptibilidade, não atendendo assim a demanda de se educar o público especifico.
O programa Bolsa Escola por sua vez, é o mais divulgado e talvez o mais notado pelas famílias assistidas, pois é o que atende financeiramente a classe assistida. Muitos políticos condenam, mesmo nas entre linhas , o referido projeto, justificando que com este mecanismo o governo “controla” a massa dependente.Temos que fazer justiça, é fato que houve uma pequena e modesta melhora na vida de muitos de nossos irmãos de baixa renda e ate mesmo uma tímida redução na exploração do trabalho Infantil.
Por volta de 2004/2007 houve uma onda de mal uso deste recurso, proveniente de falcatruas nas estruturas políticas de muitos municípios (prefeituras, assistentes sociais), onde os funcionários retiravam o montante do dinheiro destinado aos carentes.
O Fantástico, programa jornalístico da rede Globo, mostrou em rede nacional, que embora necessário para muita gente, o programa não tinha um controle rígido e era passível de corrupção.Foram mostradas também as formas de utilização deste recurso pelas famílias, mais uma vez é possível observar a forma dúbia. Algumas famílias cumpriam as finalidades do programa, outras gastavam com bebidas e cigarros Hoje em dia o programa continua com o objetivo de promover a vida humana, cabe a todos decidir se “queremos” ou não que ele dê certo.
Muitos são os projetos e ações do Governo, mas muitos são as barreiras e os obstáculos que aparecem.
Percebemos que, para que estes vários programas e ações realmente aconteçam é necessário uma reciclagem das instâncias responsáveis na união, estados e municípios e sociedade civil, a fim de que cada um exerça com competências seus respectivos papeis.

Montesquieu e o Nosso Sistema Político

Montesquieu
(1689-1755)



IDEIAS CENTRAIS

1 Um Poder Tripartite [legislativo, executivo e judiciário]
2 Refutar o Absolutismo tirânico;
3 Criticas ao clero e a Igreja pela interferência politica
4 Defesa dos aspectos Democráticos e respeito ás leis

HISTÓRICO BIBLIOGRÁFICO

Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu, foi um dos grandes filósofos políticos do Iluminismo. Curioso insaciável, tinha um humor mordaz. Ele escreveu um relatório sobre as várias formas de poder, em que explicou como os governos podem ser preservados da corrupção.

Nobre, de família rica, Charles-Louis formou-se em direito na Universidade de Bordeaux, em 1708, e foi para Paris prosseguir em seus estudos. Com a morte do pai, cinco anos depois, voltou à cidade natal, La Brède, para tomar conta das propriedades que herdou.

Casou-se com Jeanne Lartigue, uma protestante. O casal teve duas filhas. Em 1716 ele herdou de um tio o título de Barão de La Brède e de Montesquieu, além do cargo de presidente da Câmara de Bordeaux, para atuar em questões judiciais e administrativas da região. Pelos próximos onze anos ele esteve envolvido em julgamentos e aplicações de sentenças, inclusive torturas. Nessa época também participou de estudos acadêmicos, acompanhando os desenvolvimentos científicos e escrevendo teses.

ATUAÇÃO E VISÃO SÓCIO-POLÍTICA

A política de Montesquieu, exposta no Espírito das Leis (1748), surge como essencialmente racionalista. Ela se caracteriza pela busca de um justo equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Para que ninguém possa abusar da autoridade, "é preciso que, pela disposição das coisas, o poder detenha o poder". Daí a separação entre poder legislativo, poder executivo e poder judiciário.
Montesquieu, porém, possui, sobretudo concepção racionalista das leis que não resultam dos caprichos arbitrários do soberano, mas são "relações necessárias que derivam da natureza das coisas".
Assim é que cada forma de governo determina, necessariamente, este ou aquele tipo de lei, esta ou aquela psicologia para com os cidadãos: a democracia da cidade antiga só é viável em função da "virtude", isto é, pelo espírito cívico da população.
A monarquia tradicional repousa num sistema hierárquico de suseranos e vassalos que só funciona a partir de uma moral da honra, ao passo que o despotismo só subsiste com a manutenção, em toda parte, da força do medo. Não vemos como na Inglaterra a liberdade política conduz à existência de leis particulares que não encontramos em outros regimes? As leis obedecem a um determinismo racional. Como diz muito bem Brehier, "a variável aqui é a forma de governo de que as legislações políticas, civil e outras são as funções".
Todavia, as "relações necessárias", de que fala Montesquieu, são muito menos a expressão de um determinismo sociológico do tipo materialista do que a afirmação de uma ligação ideal, harmônica, entre certos tipos de governo e certas leis possíveis, sendo que as melhores pertencem a este ou aquele governo, cabendo ao legislador descobri-las e aplicá-las.
Montesquieu, por exemplo, nunca afirmou que o clima determina, necessariamente, estas ou aquelas instituições. Só os maus legisladores favorecem os vícios do clima. É preciso encontrar em cada clima, em cada forma de governo, em cada circunstância em que se está colocado qual as leis melhor adaptadas, quais aquelas que, na situação considerada, realizarão o conjunto mais justo, mais harmonioso.
O "direito natural", a justiça ideal preexistem às leis escritas, uma vez que lhes servem de guia. "A verdadeira lei da humanidade é a razão humana enquanto governa todos os povos da terra; dizer que só o que as leis positivas ordenam ou proíbem é que constitui o que há de justo e injusto, significa dizer que, antes que se tivesse traçado os círculos, todos o raio eram desiguais".
O SECULO XVIII E OS NOSSOS DIAS

Embasado na afirmação “somos descendentes diretos do sec. XVIII”, que nos é apresentada na segunda questão. Cabe a nós, estudantes de filosofia, fazer este balanço e perceber os encontros e os desencontros desta afirmação.
Se por um lado é inegável as inúmeras evidências de que o presente se constitui com resquícios do passado, também é inegável que o futuro pode interpretar de uma forma totalmente diferenciada a ideia apresentada no presente.
O século XVIII foi um divisor de águas na história e nos apresenta a ânsia de um povo por transformações econômicas, culturais e políticas entre outras.
Montesqueiu apresenta, neste cenário, um novo modelo de governo, combatendo o absolutismo e sugerindo a divisão do poder em um sistema tripartite, dando autonomia a um poder executivo para governar, ao legislativo para fiscalizar e legislar e ao judiciário para julgar e punir na forma da Lei.
A intenção do autor pode ser analisada do ponto de vista ético-moral, pois resulta de uma reflexão que objetiva um bem comum: dar voz e garantir direitos à sociedade.
Esta divisão do Poder, por ele defendida, resultou num mecanismo adotado por quase a totalidade dos paises nos dias de hoje.
O fato é que, este anuncio ao Mundo Novo, tinha como fora dito, a intenção de equalizar o Poder, limitar as ações dos governantes e proporcionar uma sociedade mais representada. Hoje, esta intenção perde espaço para os interesses pessoais dos governantes que ocupam os cargos deste esquema tripartite.
Embora, com a mesma estrutura administrativa pensada pelo autor, nós brasileiros, por exemplo, vemos que o país se encontra na contra mão dos pensamentos de Montesquieu.
O interesse em representar a sociedade tem sido um oposto entre discurso e prática governamental. A ética verdadeiramente saiu da Política.
Para finalizar percebemos a “presença do passado”, com suas estruturas bem elaboradas e a chegada de um futuro que nos leva a uma cultura de morte pelas mesmas estruturas que deveriam promover a vida.
É o encontro desencontrado entre passado e o futuro. Entre o pensado e o realizado. Entre as estruturas e as atitudes.

sábado, 28 de março de 2009

Leia! Sinta! Reflita!


Idas e voltas


Quando anoitece lá fora me bate a lembrança

Do tempo em que éramos duas crianças

Pensando que o mundo era um favo de mel

Ah este amor inocente era pra toda vida

Jamais entre nós nem adeus nem partida

A nossa paixão tinha gosto de céu.



Parece até que foi ontem o primeiro beijo

Quando fecho os olhos ainda te vejo

E sinto as batidas do seu coração

Há quanta coisa bonita no amor tão puro

Parece mentira que aquele futuro

Que a gente sonhou não passou de ilusão.



Veio nos trilhos do tempo o trem do destino

E foi te levando por outros caminhos

Deixando-me aqui na estação solidão

E nessas idas e voltas da minha saudade

Perdi o endereço da felicidade

Fiquei prisioneiro da recordação.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

SOCIO-SIMBÓLICA


O desenvolvimento em Wallon e Vygotsky

Os psicólogos Henri Wallon e Lev Vygotsky, do século 20, defenderam em vida a importância e os mecanismos que determinam a elaboração do conhecimento na formação do indivíduo. Tanto Wallon como Vygotsky, utilizam uma mesma matriz epistemológica, o materialismo histórico e dialético. Nesta cumplicidade de pensamento, Wallon afirma que a emoção é o principal mecanismo de desenvolvimento do sujeito, enquanto que, em Vygotsky, o sistema de signos e símbolos ocupa tal papel.

Vamos observar que estas duas correntes, realmente são muito parecidas e aqui ouso a dizer até que uma é completude da outra.Não quero, não vou e nem tenho condições de elaborar uma tese referente a estes dois importantes tópicos e linhas, mas pretendo expressar aquilo que consegui acoplar á minha própria formação ao estudar ambos.

Vygotsky defende que os individuo se desenvolve à medida que elabora associações dos signos e símbolos que a vida lhe oferece. Para ele, uma criança por si só, se desenvolve mentalmente de acordo com suas possibilidades (desenvolvimento mental), mas quando esta mesma criança recebe o apoio e o incentivo de professores, pais, psicólogos, familiares e colegas, que lhe ofereça instrumentos diferenciados (brinquedos, livros, atividades) bem como a instrução de como realizá-la, ela certamente demonstrará uma "evolução" em seu desenvolvimento (desenvolvimento Proximal).

Neste caso, a função dos psicólogos, pais, colegas, professores e pedagogos que auxiliam, acompanham e incentivam estas crianças na realização de suas "tarefas" é de mediadores, respeitosamente aqui, por mim chamados de facilitadores.

Para Vygotsky a mediação é o que faz com que o desenvolvimento ocorra com mais facilidade. Todo mecanismo de aprendizagem se facilita com os recursos de mediação.

E como seria a tese de Henri Wallon, referente ao desenvolvimento do indivíduo? Certamente se estivermos atentos ao início deste trabalho, vamos perceber que ambos utilizam uma mesma matriz epistemológica que é o materialismo histórico e dialético.

Wallon, assim como Vygotsky, também defende a importância da mediação. Isto mesmo. Defende que o indivíduo só consegue ter um bom desenvolvimento se tiver a possibilidade de se confrontar com um mundo de idéias e conceitos diferentes do seu. Aqui justifico a afirmação acima citada e mostro que o mediador para Wallon é o meio social, ou seja, toda a sociedade que se faz presente durante todo o ciclo de formação do indivíduo.

Wallon dá destaque à importância do relacionamento entre os indivíduos. Este processo, significativamente, é imprescindível para que a criança se desenvolva enquanto "socius" inseparável do eu.

Para o psicólogo é neste conviver que a criança se desenvolve a cada confronto, a cada descoberta de que é ao mesmo tempo parecida e diferente do seu próximo.

Para simular estas mediações Vygotskyana e Walloniana arrisco-me a ilustrar este trabalho com o seguinte exemplo:Um jovem ao entrar para vida religiosa pode vivenciar as duas teorias.

Imaginemos que este seja oriundo de uma família pobre, que mora no interior, numa casa sem banheiro, que não teve possibilidade de conhecer uma metrópole. Imaginemos ainda que sua alimentação não fosse composta de uma variedade de alimentos, que outrora não conhecesse. Ainda no exercício da imaginação podemos pensar que este jovem não teve a possibilidade de aprender informática e o acesso a Internet fosse coisa de "outro mundo" (desenvolvimento mental).

Ao se ingressar na vida religiosa, este jovem ampliaria o seu conhecimento e aprenderia certamente todas essas coisas.

Uma das funções dos padres formadores, por exemplo, é oferecer estes instrumentos (computador, livros, roupas e até mesmo um manual de oração). O uso e o manuseio destes utensílios faria com que o desenvolvimento do individuo se ampliasse (desenvolvimento proximal). Neste caso a mediação de fez pelos "padres formadores" através dos utensílios.

Aproveitando o mesmo exemplo, Wallon defenderia que o desenvolvimento deste "vocacionado" se daria através da relação que este tivesse seus confrades, colegas de faculdade, pessoas da comunidade, com os padres formadores e com outros indivíduos que aparecessem em sua história.

O confronto, as divergências, as amizades, o afeto que o "vocacionado" mantiver com cada uma destas pessoas que aparecerem em sua vida seria imprescindível para seu desenvolvimento. Podemos perceber aqui, não uma mediação simbólica como afirma Vygotsky, mas uma "mediação sócio-afetiva", como defende Wallon.

Pelo que percebemos, temos muito de Wallon e Vygotsky em nossa vida e o pensamento dos dois são indissociável, pois aprendemos com as mediações simbólicas e sociais. E estas nos completa, nos formata e nos coloca em sintonia profunda com o mundo e a sociedade.


João Campestre -outubro de 2008

Apresentado na aula de psicologia (ISTA)

BOÉCIO - A Roda da Fortuna


A Consolação da Filosofia


O sentido da "consolação da Filosofia" .

Para entendermos o sentido da consolação da filosofia, temos que primeiramente recorrer ao contexto em que esta obra fora escrita.

Após mergulhar neste belíssimo texto que enaltece a "pessoa" da Filosofia e nem por isso perde sua essência de rica literatura e forte traços teológicos, o autor cria seu próprio consolo dialogando com ele mesmo, como seu intimo, e num reflexivo debate encontra conforto para seu momento de dor.

Boécio escreveu esta obra num cenário funéreo, onde esperava pelo cumprimento de sua sentença, ou seja, espera pela sua morte. Nos momentos em que não estava sofrendo torturas escreveu em pequenas tabuletas este dialogo que, certamente seria uma forma de se compreender muitos valores que ao longo da vida todos nós perdemos com maior ou menor intensidade.

É neste sentido de próprio auxílio e conforto que Boécio percebe que a felicidade, o bem, a liberdade tem um valor muito maior ao que somos acostumados a perceber no nosso cotidiano.

Neste anseio de ser confortado, o autor nos apresenta o conceito de virtude, felicidade, bem e liberdade, dos quais tentarei descrevê-los conforme meu entendimento.

Felicidade, Bem, Liberdade

Para tentar exemplificar os conceitos solicitados tive a preocupação de metaforicamente compará-los como vários rios que deságuam num mesmo mar, ou seja, quero demonstrar que cada um na sua particularidade aponta para um mesmo conceito supremo que entendemos por Deus. Vamos juntos construir nosso entendimento e ver o que a leitura desta obra pode nos ajudar na compreensão da vida e da morte.

Para Boécio a felicidade plena só se encontra em Deus que é fonte de toda perfeição e não contem nada de corruptível. Mesmo chegando a esse raciocínio o filosofo não abandona a existência da felicidade fragmentada que podemos encontrar em coisas materiais, emocionais e até mesmo espirituais.

Como por exemplo, quando nos felicitamos pela chegada de um amigo em nosso meio, esta felicidade é fragmentada, mas nem por isso deixa de ser felicidade, portanto não e plena. O gosto de saborear um alimento, bem preparado, que sacia nossa fome é uma forma de ter fragmento de felicidade, pois nos proporciona o gozo momentâneo de curar uma dor que é a fome, imagino eu.

Da mesma forma que a felicidade plena só se encontra em Deus, para Boécio o Bem em sua totalidade também só é descoberto em Deus.

Seguindo a mesma linda de pensamento, o autor, ainda neste caso, não descarta a existência de bens menores que tem sua importância e necessidade para termos um bom viver. È o caso de uma bela obra, uma jóia, o dinheiro, uma boa casa. Todos estes são bens que nos atendem em nossas necessidades temporais. Tais bens têm a função de nos proporcionar conforto, tranqüilidade e segurança, por isso são aceitos pelo prisioneiro.

Percebi que, o mal uso destes bens, ou sua super valorização pode nos fazer infelizes, cativos e nos privar da liberdade. Pode ainda nos afastar do Bem maior e fazer com que percamos o foco de nossa vida.

Segundo o texto, para que possamos alcançar a plena liberdade temos que estar cientes das margens dos bens menores e da felicidade fragmentada. Para que não nos tornamos prisioneiros destas coisas corruptíveis, pois se são corruptíveis perdem sua essência real, e se a perde pode nos frustrar, com isso podemos perder tanto os bens quanto a felicidade e ainda nos engaiolarmos em nosso próprio íntimo.

Quando nos deixamos dominar pelo desejo de sempre ter mais bens, dinheiro, poder, projeção social perdemos o sentido da vida e nos tornamos reféns destes. Se acaso somos acostumados com a riqueza e vemos nela a única fonte que proporciona liberdade, dando-nos condições de comprar tudo, ir para onde quisermos e sermos o dono de tudo o que bem menor, corremos o risco de sermos decapitados pela roda da fortuna que ora está num ângulo, ora em outro. Neste sentido depois de termos passado pela felicidade, o bem e a liberdade quero dedicar algumas linhas ao meu entendimento boeciano quando se trata da virtude. Se o excessivo apego aos bens materiais pode nos causar infelicidade e pode nos aprisionar numa "realidade ilusória", chegamos a conclusão que o homem virtuoso é aquele que sabe distinguir e convier harmoniosamente com ou sem os bens menores e a felicidade fragmentada, não se tornado prisioneiro de nada que contem corrupção. O homem virtuoso é que percebe que toda fonte de incorruptibilidade está em Deus e que a ponte que nos leva ao sagrado é a Filosofia. Comentário ao conceito de bem e felicidade"Assim sendo, dado que por meio de todas aquelas coisas o que é procurado é na verdade o bem, não são tanto aquelas coisas, mas o bem em si que desejamos. Mas havíamos também admitidos que quando se deseja alguma coisa é em vista da felicidade que ela propicia, e também que todas as pessoas buscam apenas a felicidade. Do que foi dito, conclui-se claramente que o bem e a felicidade propriamente dito têm uma só substancia. Não vejo como negar disse eu. Mas havíamos também demos trado que Deus e a verdadeira felicidade são uma só e mesma coisa.Sim, respondi. Podemos então concluir, sem medo de estar enganados, que o soberano bem reside apenas em Deus, excluindo-se tudo mais." (pag. 81, livro III, capt.19)

Após ler a obra de Boécio, por sinal agradabilíssima, tirei este fragmento acima para comentar o conceito de felicidade e bem, que na verdade são dois membros que formam um mesmo corpo. É como a fusão da chama de duas velas, quando são colocadas unidas, não conseguimos distinguir o fogo de uma e de outra, pois formam uma só matéria.

Um fato que marcou minha leitura de modo especial foi perceber que cada pessoa busca sua felicidade. Esta busca pode ser por diversos e inusitados meios e caminhos, mas o essencial é que todos buscamos a felicidade.

Criei uma agonizante dúvida e vou ater meu comentário a alguns questionamentos que fui construindo e solucionando ao longo da leitura. Vou colocá-los.

Se todas as pessoas buscam a felicidade por diversos e inusitados caminhos e meios, podemos afirmar que todos nós encontramos Deus neste nosso caminhar à medida que estamos proporcionalmente felizes? Quando para sermos felizes proporcionamos a infelicidade dos outros como fica nosso encontro com Deus? Ele, Deus se faz presente neste cenário?

Desta forma, percebo que a felicidade e o bem supremo só são encontrados em Deus. E que este caminho se faz caminhando, se lapidado, orientando-se, e percebendo que tudo que nos porpociona felicidade aponta para um único caminho.

A corrupção de nossas ações nada tem a ver com a essência da felicidade e bem maior, pois estes são uma só e mesma coisa: Deus. E Deus é incorruptível.


João Campestre,

Outubro de 2009.

Trabalho apresentado na aula de Filosofia Antiga

Instituto Santo Tomas de Áquino

Filosofia e a problemática do Homem


Os problemas que o homem enfrenta no transcurso da vida


O ser humano se diferencia dos animais irracionais por diversas formas. Uma delas é a maneira com que ele trata as questões relacionadas com a busca de soluções aos seus problemas do dia-a-dia.

No cotidiano todo homem conta com o "auxilio" de sua filosofia de vida para ajudar nestas resoluções.

Mas nem sempre somente a filosofia de vida consegue saciar o Homem que a pratica. Este mecanismo de compreensão, oferecido por esta particular filosofia, não exige deste indivíduo um processo de reflexão mais aprofundado que contenha de alguma forma elementos frutos de uma criticidade, mesmo que o oriente na realização de determinada ação.

A partir do momento em que o homem se depara com um determinado problema e que não o consegue resolver apenas pelo seu modo natural de se orientar, ele dependerá e desenvolverá um outro organismo que o ajudará nesta empreitada.

Começa-se então a perguntar : qual a razão deste problema, de onde e por que ele apareceu e como fazer para eliminá-lo.

Na ocasião em que o individuo faz estas perguntas, automaticamente sai do campo do senso comum e passa a mergulhar no mar da reflexão.

O efeito desta reflexão é uma conclusão fundada e embasada em determinadas normas que servirá de facilitador para que o referido problema seja desenvolvido. Todo este processo de sistematização, acima mencionado indica que o individuo deixou seu modo singular de pensar e agir e filiou-se a um modo universal de refletir, com isso, passa a filosofar, a desenvolver o seu senso crítico e sistemático de encarar e resolver seus problemas do dia a dia.

Pense sempre, nao aceite a vida como ela é!!!!


Abraços do amigo;


João Campestre